A psicóloga mato-grossense Maria Fernanda, 51, diz que "São Paulo não está preparada para o calor". "Em Cuiabá, qualquer banca de jornal tem ar-condicionado."
Ela afirma isso depois de reconhecer que a blusa de babados branca abotoada no pescoço (que está usando) foi "muito". "Errei na roupa."
Para Maria Fernanda, São Paulo é uma referência de frio (em relação a Cuiabá) e, por isso, em qualquer estação, ela vem para a cidade com o guarda-roupa de inverno.
Desacostumado a longas temporadas de calor sufocante, o paulistano (não só o mato-grossense) também comete desatinos fashion.
A administradora Cláudia Valentim, 40, que trabalha com moda e morou 20 anos no Rio, se diz inconformada com o que vê por aqui.
"A paulistana não tem guarda-roupa para o verão. É capaz de sair de minissaia e bota de camurça. Isso, no Rio, é uma gafe", diz ela, em um longo de malha fina. "Parece inadequado [o longo], mas é o correto. Muito mais do que um jeans, por exemplo."
Andréia Niron, professora de desenho de moda da faculdade Santa Marcelina, diz que, desde a primeira folha de parreira, a moda sempre esteve ligada à ideia de proteção, pudor e poder.
O problema no século 21 começa "quando a fofa compra um modelo quente, de grife, mas não quer esperar o inverno para sair com ele".
Primeira conclusão: dasluzetes correm mais risco de passar muito calor no verão.
Embora tirar roupa possa parecer menos arriscado para o "look" do que colocar (uma das máximas fashion diz "menos é mais"), a professora Andréia diz que é exatamente o contrário.
"No inverno as cores são sóbrias, harmônicas. No verão há o perigo do excesso de tons e informações, balonês, saias rodadas e... babados."
Para a publicitária Ianca Athanasoba, 23, muitas mulheres erram no calor por associar a estação a padronagens alegres e tecidos perigosos. "Tem gente que usa flores, paetê, blusa de bolinha", enumera.
Bronzeada, seios fartos em um vestido tomara-que-caia azul-piscina, Athanasoba relaciona os trajes possíveis no verão a determinadas regiões da cidade.
Em sua tese de "urbanismo fashion", ela defende que no centro ou em "áreas populares" não dá para ir de shorts -como o da amiga que a acompanha, Layla Abdelnur, 20. "Ela é de Sorocaba, mas só trouxe esse short, por isso está com ele. Não daria para usar aqui", afirma.
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